Presidente da CDL Flores da Cunha e Diretor de Comunicação da Federação Varejista do RS, Jásser Panizzon traz dados importantes para o comércio
Desafios e oportunidades devem balizar a reta final de 2025 e o ano de 2026 para empresas brasileiras na América Latina. Setores como os serviços e turismo, com ferramentas digitais modernas, assim como o comércio internacional de produtos agrícolas ou commodities, bens agrícolas, manufaturas e minério têm cenários possíveis para expansão. A observação é do presidente da CDL Flores da Cunha e diretor de comunicação da Federação Varejista do RS, Jasser Panizzon, que acompanhou no Chile, nos últimos dias, a divulgação do Estudo Econômico da América Latina e Caribe 2025, da Comissão Económica para a América Latina e o Caribe (CEPAL). A comissão é uma das cinco regionais da ONU dedicadas à análise econômica mundial anualmente.
Conforme o estudo, América Latina e Caribe terão crescimento de 2,2% em 2025 e há projeção de 2,3% em 2026, mantendo um ritmo de expansão modesto. A América do Sul, isoladamente, deve fechar o ano com crescimento de 2,7%, especialmente pela recuperação de economias como Argentina, Equador e Colômbia, bem como a evolução favorável do Paraguai. Para 2026, a expansão deve ser mais moderada, de 2,4%, em média, no continente.
“Os números vêm acompanhados de desafios nesse cenário internacional regional que precisam de atenção. Há instabilidade nos preços internacionais, nos custos de transporte e energia. Há restrições de financiamentos externos e um possível aperto das condições de crédito. Desigualdades, informalidade, baixa produtividade em parte da economia são riscos a serem controlados. Políticas macroeconômicas restritivas ou incertezas fiscais que podem afetar a confiança”, diz o dirigente. Uma das conclusões do estudo é de que os países da região precisarão intensificar a mobilização de recursos internos para sustentar políticas de investimento social e produtivo.
Cenário nacional
Para os varejistas brasileiros, aponta o estudo da CEPAL, a expectativa é de uma reta final de 2025 e de um próximo ano de continuidade com um crescimento moderado da economia, possivelmente repetindo uma variação positiva de 2,3% do PIB em 2025, e a repetição do índice no próximo ano. O comércio e os serviços, sustentados pelo consumo interno, são os motores da economia. No entanto, o estudo alerta, já neste ano, para os riscos da influência da inflação sobre o poder de compra das famílias, o crédito caro e o baixo dinamismo do emprego formal.
De acordo com Jasser Panizzon, em 2026, o comércio deve acompanhar a tendência geral da economia brasileira, com estabilidade, mas sem um salto expressivo. “O comércio brasileiro deve crescer em linha com a economia, sustentado pela demanda interna, mas sem grandes acelerações. As oportunidades que podemos vislumbrar para o próximo ano estarão mais ligadas a nichos de serviços modernos e segmentos com maior valor agregado”, explica o presidente da CDL Flores da Cunha.
A CEPAL observa que os desafios fiscais e externos, com a volatilidade de commodities e as condições financeiras internacionais, podem limitar o fôlego brasileiro. À exemplo do restante da América do Sul, serviços digitais e turismo estão em expansão.
Desafios regionais
Panizzon observa que o estudo da CEPAL projeta, até o final de 2026, alguns riscos regionais importantes para os países da América Latina e Caribe. “Há um ambiente de desaceleração sincronizada global, com restrições financeiras, tensões geopolíticas e volatilidade nos preços de commodities que tornarão mais difícil o suporte externo ao crescimento regional”, explica.
O estudo lista ainda o enfraquecimento na demanda interna dos países, com moderação no consumo privado e no investimento agregado, além de déficits na conta corrente e dependência de capital externo, aumentando os riscos frente a choques externos na região. Por fim, os estudiosos da CEPAL apontam para desaceleração de emprego e persistência da informalidade, e ainda pressões inflacionárias e riscos fiscais, mesmo com a inflação regional devendo manter-se relativamente estável.